sábado, 20 de agosto de 2011

Ela acordava lá pras dez, e ele um pouco mais tarde. Tinha dia que nem conseguiam dormir, insones, com pensamentos fortes em algum lugar distante. Enquanto ela comia alguma coisa após acordar, ele ainda estava lá, deitado na sua cama, olhando pro teto e vendo o tempo passar. Devagar, tudo lento demais. Ele ia almoçar, enquanto ela ficava sem fome a maioria do dia. Então ela ia assistir TV ou ouvir música, enquanto ele se arrumava para ir a aula, depois ia andando sobre um sol de fazer arder os olhos, analizando tudo a sua volta, olhando para os lados, para o chão, para as pessoas, pensando qualquer coisa, pensando nela quem sabe. E ela pensava nele o dia todo. Ela saia de casa pra ver o céu que poderia tá azul e com poucas nuvens, ou bem cinza, saindo dele uns pingos de chuva. E na aula ele não conseguia se concentrar, em nada, em ninguém. Que mania eles tinham de invadir o pensamento do outro em qualquer hora. Sem pedir licença, que falta de educação. Que tanto amor, que saudade, que dor. O resto do dia não tinha mesmo nada de especial. Isso era rotineiro, isso se repetia durante toda a segunda, terça, quarta, quinta, sexta.. E nos sábados e domingos não era nada muito legal. Era mais triste que os outros dias, triste porque se perderam, porque um não possui o outro. Triste porque acabou o motivo de fazer sua vida melhor a cada amanhecer.

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